quinta-feira, 6 de maio de 2010

AJUDANDO O ALUNO A RETER O CONTEÚDO

Uma situação normal do dia-a-dia do professor é ouvir dos alunos a frase “Não me lembro!” Acontece assim por causa das diferentes categorias de memórias que possuímos. A Dra. Sílvia Helena Cardoso descreve três diferentes categoria de memórias, no site http://www.cerebromente.org.br/n01/memo/memoria.htm. Ela cita a memória ultrarrápida (suja retenção não dura mais que alguns segundos), a de curta duração (que dura minutos ou horas, sendo responsável pela continuidade do sentido do presente) e a de longa duração, que estabelece traços duradouros (dias, semanas ou mesmo anos).

No livro “Teoria da retenção para professores”, Madeline Hunter destaca alguns fatores que operam juntos e que precisam ser lembrados pelos professores, se desejam assegurar a retenção dos conteúdos ensinados.

São meios de desenvolver a retenção:

1) O significado
2) O nível da primeira aprendizagem
3) A presença de emoção
4) A transferência positiva e negativa
5) O horário para praticar

Ensinando com significado – Nós, que ensinamos a Palavra de Deus, temos como tarefa básica relacionar o conteúdo bíblico que ensinamos com a própria vida e experiência dos alunos.Se não agirmos assim, tudo o que for ensinado será, facilmente, esquecido. É melhor o pouco com significado (troca de experiências) do que o muito (por exemplo, a preocupação em “terminar” a lição) sem ele.

A preocupação com o nível da primeira aprendizagem – Frequentemente, o primeiro contato dos alunos com um conteúdo de ensino deixa dúvidas. Assim, em vez de oferecer noções superficiais e passar para outro tema, devemos ser mais responsáveis. A avaliação que tem como meta saber quão bem alguma coisa foi inicialmente aprendida é fundamental. Pedir um resumo oral ou escrito, uma explicação pessoal para um texto ensinado são avaliações muito positivas.
Muitos professores evitam avaliar seus esforços, com medo de um resultado negativo. O que fazer nessa hora? O melhor a fazer é reensinar a lição, provavelmente, usando outro método de ensino para não ficar repetitivo.

Emocione-se, ao ensinar – Emoção tem tudo a ver com a memória. Todos os sentimentos agradáveis de nossa infância são por nós lembrados, de algum modo. Por isso, faça todo o possível para tornar os encontros dominicais experiências agradáveis, estimulantes e prazerosas. Uma maneira certa de produzir emoções agradáveis é permitir aos alunos sugerirem as várias maneiras de trabalhar o tema da aula e, também, permitir-lhes a escolha desntre as alternativas.

Ensinando a partir de experiências passadas – Chama-se transferência positiva o ato de ensinar adaptando conhecimentos anteriores aos novos conteúdos. A chave para essa abordagem é chamar a atenção para as similaridades. Nós, que ensinamos a Bíblia, usamos muito a transferência positiva, pois, os princípios fundamentais da Palavra de Deus na vida dos homens do passado permanecem válidos para nós, hoje.
Por outro lado, precisamos evitar transferências negativas, principalmente, quando os novos conteúdos interferem no aprendizado por causa de experiências ruins do passado. O importante é antecipar a reação dos alunos em relação ao tema, para melhor preparar a abordagem e a aplicação.

Praticar e praticar – A questão aqui não é a de, simplesmente, repetir as coisas. Tem-se em mente três coisas:
• “Quanto” do que ensinamos vamos repetir?
• “Quantas vezes” seria necessário fazê-lo para sermos bem sucedidos?
• “Com que frequência” essas repetições aconteceriam?
Ao ensinar a Bíblia, usar um ou dois textos mais difíceis é melhor do que usar uma dezena de textos fáceis, porque o aluno pratica com um quantitativo facilmente memorizável.

Enfim, prestando atenção a esses cinco fatores, nossos alunos poderão se lembrar mais facilmente do que ensinamos. Estaremos aprimorando sua retenção de longa duração.


PARA QUEM DESEJA SE APROFUNDAR:

1. HUNTER, Madeline. Teoria da retenção para professores. Petrópolis: Vozes, 1982.

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