Agradeço o convite da Educadora Religiosa Valeria, da PIB da K11, para palestrar no
I Seminário de Capacitação e Crescimento Cristão
Local: PIB K11 – Nova Iguaçu, RJ
Deixo aqui um esboço da Palestra
ESTUDO BÍBLICO EFICAZ
(Para tornar o ensino bíblico eficaz)
Considerações iniciais
OBJETIVOS
1 Entender a responsabilidade de frutificar no ministério do ensino;
2 Identificar e entender educação bíblica como forma de convivência;
3 Aprender a conduzir a vida devocional de modo sábio e harmônico;
4 Cooperar para a edificação da igreja
Estudo é, para o escopo desta palestra, sinônimo de PESQUISA.
Pesquisa é um procedimento inicial no ato de conhecer algo e, também, seleção e análise de conhecimentos já existentes.
O objeto da pesquisa bíblica: o discurso acerca de Deus, nas diversas formas literárias, em linguagem humana.
“No ensino, mostra reverência, linguagem sã e irrepreensível” (Tt 2.8)
* Reverência - de boa reputação, com seriedade e de modo digno
* Linguagem sã — sadia, que faz bem... Edificante...
* Irrepreensível — sem falhas...
Um ponto a favor do pesquisador: A eficácia está na natureza da Palavra de Deus
Hebreus 4.12,13
• A Palavra de Deus é viva... (4.12a)
As Sagradas Escrituras são a Palavra de Deus. A Palavra de Deus participa dos atributos do próprio Deus. Logo, ela está em plena atividade, por meio do seu Espírito, que a usa como “espada” para convencer, converter e consolar (Ef 6.17; Jo 16.18).
No versículo 12, Paulo não usa a palavra grega Bios (vida animal), mas Zoê, que Thayer define: “A plenitude da vida, tanto essencial como ética, que é de Deus e de Cristo”[1]
O versículo começa com essa palavra, no particípio presente ativo, isto é, na função de adjetivo, qualificando a expressão “Palavra de Deus”. É o mesmo particípio usado para descrever Jesus, a água “viva” ( Jo
4.10,11), o pão “vivo” ( Jo 6.51), a “vida” oferecida a nós, pecadores ( Jo 11.26).
É pela relação com a viva Palavra de Deus que podemos experimentar a vida real e genuína, ativa e vigorosa, dedicada a Deus e sua obra.
• A Palavra de Deus é eficaz... (4.12b)
Sendo eficaz (do grego energês, “ativa, poderosa e efetiva”), a Palavra de Deus jamais deixa de produzir resultados. Isso significa que ela sempre alcança o fim a que se propõe.
A Palavra de Deus tem eficácia de penetração em nossos pensamentos e no âmago do nosso ser. Ela é “...mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas”.
Por causa dos nossos pecados, erigimos um enorme muro de separação entre nós e Deus. A Palavra de Deus é capaz de forçar uma abertura e nos reaproximar do Senhor.
Mas, sua eficácia se mostra também capacidade de enunciar os juízos divinos sobre a humanidade pecadora, orientando-a ao arrependimento e à fé: “e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”.
A palavra grega usada aqui para descrever essa capacidade de discernir é “kriticos”, de onde provém a palavra “crítica”. Deus nos confronta com nossa natureza pecaminosa, desafia-nos à mudança de atitudes
mentais e físicas, pelo poder e operação de sua Palavra em nós.
• A Palavra de Deus nos mostra como somos (4.13a)
A Palavra de Deus promove esse olhar pervasivo e completo sobre nós: “Não há criatura alguma encoberta diante dele. Antes todas as coisas estão nuas e patentes” (4.13b). O Senhor tem conhecimento de tudo e
todos. Patente, no grego, significa “com a cabeça curvada para trás e o pescoço desnudo.”[2] Ou seja, em completa exposição para a análise.
• A Palavra de Deus nos afirma que todos teremos que prestar contas diante dele (4.13b)
No testemunho geral da Palavra de Deus, afirma-se que ele, “no exercício de sua soberania, está conduzindo o mundo e a história a seu termo final.”[3] A decisão precisa ser tomada aqui. Dessa resolução
pessoal e intransferível depende o destino eterno dos homens, o seu e o meu destino. A vida da Palavra de Deus está na fé que o homem deposita em suas promessas. Foi assim na igreja primitiva: “E a palavra de Deus crescia e se multiplicava” (At 12.24).
O que está em jogo?
A eficácia da pesquisa bíblica, no que se refere a nós, pesquisadores, depende de, pelo menos 6 fatores:
Tipo de aluno (pesquisador)
Objetivos
Assunto e tipo de aprendizagem
Tempo disponível
Condições físicas
Experiência didática do orientador
Pergunta chave – Como tem sido a sua experiência com esta importante coleção literária, que é capaz de mudar, totalmente, a qualidade de vida de uma pessoa que a ela dá crédito?
Resultados da pesquisa eficaz
* Formação intelectual
* Desenvolvimento de capacidades
* Domínio do saber sistematizado
* O aluno e o saber em interação mútua
Dá às pessoas oportunidade de emancipação, contribuindo para que nos tornemos cada vez mais criativos e capazes de falar e escrever algo que venha de nós mesmos:
“Antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós;” (1Pedro 3.15)
A mensagem da noite: Provérbios 1.1-6
Esboço
1 Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel:
2 Para aprender [conhecer] a sabedoria e o ensino [instrução]; para entender as palavras de inteligência [prudência];
3 para obter o ensino [receber a instrução] do bom proceder [entendimento], a justiça, o juízo e a equidade;
4 para dar aos simples prudência e aos jovens, conhecimento e bom siso.
5 Ouça o sábio e cresça em prudência; e o instruído adquira habilidade [sábios conselhos]
6 para entender provérbios e parábolas, as palavras dos sábios, e seus enigmas.
ESBOÇO ANALÍTICO
Versículos 1 e 2
David Malick, Mestre em Teologia pelo Dallas Theological Seminary, escreve, sobre os propósitos do livro de Provérbios (e que, de igual modo, podem ser aplicados à pesquisa bíblica):
A. Capacitar os leitores a conhecerem e a temerem o Senhor de sua vida.
B. Proporcionar conhecimentos e habilidades para o sucesso na vida, tanto no sentido secular como relacionado à obediência à Palavra de Deus.
VERBOS CHAVES DA PESQUISA BÍBLICA (Pv 1.3-6)
A. INSTRUIR-SE EM (v. 3)
1) No bom proceder [viver disciplinado]
2) Justiça [retidão]
3) Juízo [direitos e deveres]
4) Equidade
B. RECEBER A DÁDIVA (v. 4)
1) Prudência:
2) Conhecimento e bom siso aos jovens:
C. CRESCER (v. 5)
1) Em ciência [entendimento]
2) Em habilidade [conselhos sábios
D. COMPREENDER (v. 6)
1) Provérbios [Ensinos]
2) Figuras de analogia e parábolas [retórica]
3) Dizeres dos sábios [discursos]
4) Enigmas dos sábios [proposições]
E. APRENDER
1) O temor do Senhor
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Pastor Davi Freitas de Carvalho
Queimados, julho de 2010
REFERENCIAS
[1] THAYER’S GREEK LEXICON. Apud. TAYLOR, William Carey. Introdução ao
estudo do Novo Testamento grego, Rio de Janeiro: JUERP, 1980. p. 369
[2] SHEDD, Russel P. (Ed.) Novo Comentário da Bíblia, São Paulo: Vida
Nova, 4a ed. 1979. Vol 3, p. 1356
[3] DECLARAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS BATISTAS DO BRASIL, artigo XIX, Justos e
ímpios.