Um dos temas joaninos do Apocalipse é o martírio de cristãos pelo império romano.
Inácio, bispo de Antioquia da Síria, viveu nos anos que se seguiram à produção do Apocalipse de João. A tradição católica vê nele um discipulo de João. Ele também escreveu cartas às comunidades cristãs e a Policarpo, bispo de esmirna, nesse período:
Epístola a Policarpo de Esmirna,
Epístola aos Efésios,
Epístola aos Esmirniotas,
Epístola aos Filadélfos,
Epístola aos Magnésios,
Epístola aos Tralianos e
a Epístola aos Romanos, da qual extraio a citação a seguir, quando ele fala de sua entrega total a Deus, aceitando pacificamente a coroa do martírio:
“Sou trigo de Deus e sou moído pelos dentes das feras,
para encontrar-me como pão puro de Cristo...
Coisa alguma visível e invisível me impeça que encontre a Jesus Cristo.
Fogo e cruz, manadas de feras, quebraduras de ossos, esquartejamentos,
trituração do corpo todo, o piores flagelos do Diabo venham sobre mim,
contanto que encontre a Jesus Cristo.
Maravilhoso é para mim morrer por Jesus Cristo,
mais do que reinar até os confins da terra”
Emociona ler da coragem dos servos de Deus, no segundo século da era cristã, enfrentando o mal, em suas várias formas, com o olhar em Cristo e na ressurreição.
Ler suas últimas palavras, também, me faz perceber como a pregação do evangelho nos meios de comunicação de massa está distante dessa realidade.
Inácio aceita o martírio como quem percebe que já venceu a morte. Seu olhar é, no presente, um protesto sacrificial, mas, no futuro, uma certeza de vitória, pelo poder do Messias.
Hoje, não se aceita o sofrimento, muito menos, o sofrer por Jesus Cristo, uma vez que vivemos religiosamente numa esfera pragmática antropocêntrica, do culto ao "Eu"...
Inácio deixou lições preciosas...
Pastor Davi Freitas
JUERP, RJ
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